quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


   

       Biscoitos trelosos.

Com dois centímetros de distância
e mais uns cadaços sobrevoando
presos em algo sujo, e com ponta rosa.
Era exatamente assim que o chão enxergava
quando o caminho para os biscoitos da minha avó
                passava...
Aaaaah, um pouco de lama também.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Bolhinhas de guaraná.




Hoje, andando sobre os saltos dos olhos
coube-me perceber, mais uma vez, o óbvio:
a importância do perceber as passagens, efêmeras, passagens, finas.
Entre o 'a' e o 'b' dos meus ditos, a linha de importância variava.
No local da dor mais absoluta, fez-se o riso e a ajuda.
No momento do exato, tudo perdeu-se e foi, casou, andou, sorriu.
No vazio do salto dali, notei a vertigem daqui... sorri e vi:
 tudo é assim, sem muita importância.
E no faz de conta que fez-se entender, a boca abriu, os olhos fecharam
 e a sensação de liberdade foi inspirada pelo maior meio de sucção.
Agora, sentido, nem isso, se foi, tá cá, tá agora, SER.
E ah, se eu pudesse definir isso tudo sem esse tanto, diria:
 é como o gosto das bolhinhas de guaraná entrando pelas vias respiratórias,
 antecipando um sorriso roxo como o copo que toma toda a face e assim faz lindo lilás todo aquele momento.
                                                   Ah, as lindas bolhas do guaraná. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Aos que amam, um presente.

"Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar."- Olavo Bilac

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

                       Um brinde aos tristes do senso comum.



               Ultimamente, não consigo parar de respirar sem sentir uma pequena dor, tormento, tristeza, fúria.  Olho bem por perto, tento até fazer parte da mesma fragrância, mas não, nada faz com que eu entenda o desdém pelas ópticas mais belas que seguem a simetria de seus próprios sorrisos. 
               Até meu primeiro olhar, minha primeira impressão, faz com que eu perceba o conjunto brilhante de um nariz torto em cima de um rapaz bobo. Todas as minhas incertezas, troquei de lugar. Lavei a pia, fechei a toalha, escovei a parede, lustrei os dentes. Tudo mudei por mudar o rosto, a óptica, o fundamento. 
               Dor? Sim. Agora dói olhar ao lado, agora machuca saber que os castelos belos dos outros tortos tão certos, não têm fundamento algum. NENHUM. Se alguém conseguir explicar o porque daqueles cabelos mortos parecerem mais belos do que aqueles vivos escuros, por favor, faça-se entender com vigor, pois a beleza do vivo em todas as suas dobras e curvas, se fazem tão belo quanto a falta de padrão da fumaça que sai do meu cigarro amigo, que faz-me  parar, respirar e encantar.
               Menina menina, garoto tão bobo, se soubessem o quanto penso em ser feliz perto de vocês. Se soubessem o quanto penso em pegar nas suas mãos... ahhhhhh vocês, vocês, acabaram por sujar as lentes e fazer com que o brilho dos olhos se encaixe apenas naquela fragrância tão feia chamada: SENSO COMUM.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Libertem seus desejos de diferenças igualitárias.

                    No fim das contas, acho que sou tão igual a elas e eles. Talvez o antissexismo seja inerente a todos nós. NÓS. eu.
                    Penso que não existe mais aquele estado tão pueril ou diferenciado/diferencial que sempre pensei que houvesse. No fim dos pensamentos tortuosos, deve ser tudo ,nada mais que, fruto de coisas mal ditas, palavras tão erroneamente interpretadas ou proferidas. MENTIRAS.
                    Não, não sou diferente mesmo, não somos. Ao olhar aquele garoto na praia, tão suado, tão másculo, tão viril, ahhhhhhhh, que vontade de instigar exatamente isso que veio à sua mente nesse instante. Ahhhh, somos interminavelmente iguais. Homens, mulheres, eu's, todos idênticos: seres humanos frustados que se vendem fácil ao olhar no espelho; seres fracos que vão além de um sorriso esperando alcançar uma merda de um sonho, mesmo sabendo que o que se fez foi o encontro frenético de uma vulva consciente e um pênis da mesma forma.
                    Báh...eu não desacredito nos encantos primeiros, nem naqueles reais, aqui só exponho o que se passou antes dos mesmos, e o que grande parte das pessoas ignora achando que vai mudar.
                   NÃO, caralho, nada vai ser fácil e amável. Sua namoradinha vai enjoar de você e vai querer te trair depois de dois anos de namoro. Seu namorado te traiu, pelo menos mentalmente, uma trezentas vezes enquanto você sonhava com seus filhos. É isso.
                   Mas fiquem calmos, vocês conversam, choram, terminam e fim. Todos irão atrás de um outro alguém que, mais maduro, te fará feliz por ser tão parecido com você, pois agora você vai estar cansado demais para querer agradar alguém e...SURPRESA...vai agradar alguém lindo como você acha que também é. Sim, vocês também podem ter a sorte ou azar, de continuarem juntos e vencer tudo assim((raríssimo, e não muito simples e indolor)).
                    Agora pergunto, sabem o porque disso tudo? sabem o porque dessa merda toda? Não, não é por conta do nosso amadurecimento, querido. Sim, é por conta da nossa educação imbecil. Nossos pais são uns machistas de merda que acabam por inventar o tempo de masturbação dos seus pimpolhos. Meninas que não podem se tocar, meninos OBRIGADOS a se tocarem. Tosco? SIM.
                    Todos os genitores atrasam um todo e aceleram um tudo na vida dos seus filhotes, assim fodem todas as ideias simples e até bonitas dos mesmos. Experimentem falar/dar essa liberdade aos dois(filhos), e experimentem cobrar as mesmas coisas para os dois(ou deixar de cobrar), tudo ficará mais fácil e simples para o seu filho débil, sua filha feia e seu sexo cheio de traumas. Talvez, depois, ninguém precisasse chorar escondido ou, quem sabe, criar um blog para mostrar o que enxerga de fora.